Ambiguidade leva a interpretação errada de texto

"Cartilha pede reação violenta a índios e ribeirinhos da área"

O título jornalístico acima, em razão da construção ambígua, pode levar a uma interpretação bastante inadequada. O leitor atento já percebeu que, do modo como está escrito, o texto dá a entender tanto que a cartilha pede que se reaja com violência aos índios como que a cartilha pede aos índios que reajam com violência. De que trata a tal cartilha, afinal?

O texto encimado pelo título em questão deixará claro que a mencionada "cartilha" é um documento cuja produção foi "bancada por ONGs" e que incentiva os índios e as populações ribeirinhas a "resistir violentamente caso o governo federal implante um complexo de cinco hidrelétricas na bacia do rio Tapajós".

É bom que se diga que são comuns as ambiguidades em frases em que se emprega o verbo "pedir". Note-se que seu objeto indireto é introduzido pela preposição "a" (pedir algo a alguém) e, na frase acima, o seu objeto direto ("reação") é um nome transitivo que também requer o complemento iniciado pela preposição "a" (reação a alguma coisa). Está criada a situação que pode conduzir à ambiguidade.

Para escapar do problema, há vários caminhos. Um deles - o que menos altera a construção original - é a mudança na ordem dos termos. Outros seriam, naturalmente, reconstruções com outras palavras etc.

Veja, abaixo, como a mudança na ordem dos termos assegura o sentido pretendido:

Cartilha pede a índios e ribeirinhos da área reação violenta