Palavras onomatopaicas requerem hífen

"'Do contrário, é trololó', disse [Serra]."

A frase do presidenciável tucano José Serra fez alguns jornalistas derraparem na ortografia. Afinal, como é mesmo que se escreve essa palavrinha engraçada, que quer dizer "conversa mole", "conversa fiada", "conversa vazia"?

Antes da reforma ortográfica, "trololó" era uma palavra simples - como a maioria dos jornalistas escreveu. O que muita gente não sabe é que o Acordo Ortográfico alterou a grafia das palavras surgidas de onomatopeias, ou seja, aquelas que reproduzem sons ou vozes de animais.

Os vocábulos onomatopaicos passam a ser grafados com hífen. Assim, "trololó" passa a "tró-ló-ló", "lengalenga" passa a "lenga-lenga". "Lero-lero" já se escrevia com hífen e assim permanece, "ramerrame" vai para "rame-rame".

O ruído das taças num brinde é agora "tim-tim" (não mais "tintim") e a sucessão de intrigas que gostosamente as pessoas chamam de "ti-ti-ti" também produz uma palavra com hífen. "Blá-blá-blá" e "blábláblá" coexistiam no sistema antigo. No novo, prevaleceu a forma hifenizada: "blá-blá-blá". "Bê-á-bá" também se escreve com os hífens - e os acentos!

Abaixo, a correção:

"Do contrário, é tró-ló-ló", disse [Serra].