Infinitivo anteposto a verbo principal concorda com o sujeito
"Acontece que politiqueiros, encastelados em mordomias imorais, em vez de contribuir com projetos aperfeiçoados para a educação, só pensam em destruir o que está sendo proposto."
É normalmente recomendado que não se flexione o infinitivo de uma oração subordinada cujo sujeito é o mesmo da principal anteposta - e o motivo da recomendação é o princípio da concisão.
Assim, numa frase como "Os jovens estudavam para realizar boas provas", não se costuma flexionar o infinitivo, dado que o verbo da oração principal ("estudavam") já está flexionado em concordância com o sujeito ("jovens") e o sujeito do infinitivo é o mesmo ("jovens").
O infinitivo, como forma nominal que é, deve flexionar-se apenas quando a concordância com o sujeito o exigir - por exemplo, havendo dois sujeitos diferentes: "O presidente convocou uma reunião para os ministros apresentarem suas reivindicações".
Na passagem em epígrafe, o que temos é um sujeito representado por substantivo no plural ("politiqueiros"), ao qual se atribui o predicado "só pensam em destruir...". Entre o sujeito e o predicado, no entanto, aparece uma oração subordinada reduzida de infinitivo ("em vez de contribuir com projetos..."). É exatamente aí que reside a dúvida: esse infinitivo deve ou não ser flexionado?
Como o infinitivo ("contribuir") aparece antes do verbo da oração principal ("pensam"), recomenda-se que seja flexionado em concordância com o sujeito ("politiqueiros"). Assim: "...politiqueiros (...), em vez de contribuírem (...), só pensam ...". Essa é a construção mais frequente, que oferece mais clareza ao leitor.
"Acontece que politiqueiros, encastelados em mordomias imorais, em vez de contribuírem com projetos aperfeiçoados para a educação, só pensam em destruir o que está sendo proposto."