Nova Ortografia - Acento do ditongo aberto é eliminado somente nas paroxítonas

Usando uma expressão empregada pelo gramático Evanildo Bechara, a língua portuguesa acaba de receber uma nova "vestimenta gráfica", uniformizando-se em todos os países em que é o idioma oficial.

Uma das alterações que nós, brasileiros, vamos sentir bastante é a supressão do acento agudo nos ditongos abertos em sílaba tônica. Em nosso país, a pronúncia de termos como "heróico", "paranóico", "idéia" ou "assembléia" é marcadamente aberta, diferente, portanto, da pronúncia de termos como "arroio", "joio", "aldeia" ou "sereia".

De acordo com o novo sistema ortográfico, são eliminados os acentos dos ditongos abertos tônicos que se encontram na penúltima sílaba das palavras, ou seja, o acento desaparece apenas nas paroxítonas. Passamos, portanto, a escrever "heroico", "paranoico", "ideia" e "assembleia", todas sem acento.

Palavras oxítonas ("chapéu", "solidéu", "herói", "caubói", "corrói" etc.), bem como os monossílabos tônicos ("céu", "réu", "rói", "mói", "dói" etc.), terão os acentos preservados. É importante observar essa circunstância e ficar atento a seus desdobramentos: por exemplo, não há mais distinção gráfica entre o substantivo "apoio" (pronúncia fechada) e a forma verbal "apoio" ("eu apoio"), de pronúncia aberta no Brasil.

Os topônimos (nomes de lugares) também sofrem alteração. Escreveremos, portanto, Coreia, Jureia, Boraceia, Cananeia, Pompeia etc. "Ilhéus", entretanto, mantém o acento por ser oxítona. Com o tempo, virá o hábito.