Raios ultravioleta e raios infravermelhos
"Imagens mostram a mesma pintura do italiano Giotto feita na capela Peruzzi, em Florença, vista sem e com raios ultravioletas..."
O comportamento dos nomes das cores quanto à flexão merece algumas observações. Distinguem-se, no português atual, basicamente dois grupos: o de nomes de cores propriamente ditos (azul, verde, vermelho, amarelo, preto, branco etc.) e o de outros nomes, que, por extensão, designam cores (rosa, laranja, cinza, violeta etc.).
À primeira vista, pode o leitor não ter percebido a diferença entre uns e outros. O fato é o seguinte: os do primeiro grupo funcionam como adjetivos e, nessa condição, flexionam-se em gênero e número para concordar com os substantivos a que se referem (olhos azuis, camisas verdes, carro vermelho, casa amarela etc.), já os do segundo, originalmente substantivos, mesmo em função adjetiva, não sofrem flexão (camisas rosa, calças laranja, ternos cinza, vestidos violeta).
Aqueles termos que nomeiam outros seres, que não as cores propriamente ditas, ficam invariáveis (vários deles costumam ser antecedidos da expressão "cor de"), os que nomeiam as próprias cores variam em gênero e número. Assim: "dois ternos cinzentos" ou "dois ternos cinza" ("cinzento" é o nome da cor; "cinza" nomeia a cor, mas como extensão de seu sentido original, isto é, um "terno cinza", por exemplo, é um terno da cor da cinza).
É esse o raciocínio que nos leva à distinção entre "raios ultravioleta" (sem plural, pois "violeta" é o nome original de uma flor, que, por extensão nomeia a cor) e "raios infravermelhos" (com a desinência "-s", de plural, em concordância com o substantivo "raios", pois "vermelho" é um nome de cor).
Veja, abaixo, a correção:
Imagens mostram a mesma pintura do italiano Giotto feita na capela Peruzzi, em Florença, vista sem e com raios ultravioleta...