Mogi-Mirim, Mogi Mirim, Moji-Mirim, Moji Mirim ou Mojimirim?

O título desta coluna sintetiza o problema. Qual a grafia dessa cidade do interior de São Paulo (fica 162 km da capital)? Não há propriamente uma resposta. Há respostas, cada uma baseada num ponto de vista.

Alguns gramáticos defendem que a cidade deveria ser grafada com a letra j por herança de línguas indígenas. É por isso, por exemplo, que escrevemos com j "pajé" e "cajá".

O problema é que, na cidade, o nome é escrito com g. E sem hífen: Mogi Mirim. O primeiro documento a mencionar essa versão é de primeiro de novembro de 1751. Em 1769, o registro de emancipação mencionava a criação da Vila de São José de Mogi Mirim. Quando se tornou município, simplificou-se o nome: Mogi Mirim. Sempre com g e sem hífen. Numa tentativa de eliminar dúvidas, o Conselho Municipal de Cultura definiu, em 2003, a forma Mogi Mirim como a oficial. O argumento é que a história da cidade devia ser respeitada e preservada.

Pode-se contra-argumentar que uma decisão municipal não pode se sobrepor à ortografia nacional. Nesse caso, a forma seria Mojimirim. Pelo menos é o que registram os dicionários "Aurélio" e "Houaiss". Curiosamente, é a menos utilizada e a que causa mais estranhamento quando lida.

O "Manual da Redação" da "Folha de S.Paulo" optou, num primeiro momento, pela forma "Mogi-Mirim". Um comunicado interno reavaliou a decisão. Hoje, usa-se Mogi Mirim, com g e sem hífen. É a grafia adotada também pelo UOL.

Minha opinião: Mogi Mirim. Mas respeito quem defende o contrário.

Um abraço,
Paulo Ramos